sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Um Perfeito Cavalheiro - Julia Quinn

Um Perfeito Cavalheiro - Julia Quinn

Editora: Arqueiro
Ano da Edição: 2014
Páginas: 304
Título Original: An Offer From a Gentleman

Sinopse
Sophie sempre quis ir a um evento da sociedade londrina. Mas esse é um sonho impossível. Apesar de ser filha de um conde, é fruto de uma relação ilegítima e foi relegada ao papel de criada pela madrasta assim que o pai morreu. Uma noite, ela consegue entrar às escondidas no baile de máscaras de Lady Bridgerton. Lá, conhece o charmoso Benedict, filho da anfitriã, e se sente parte da realeza. No mesmo instante, uma faísca se acende entre eles. Infelizmente, o encantamento tem hora para acabar. À meia-noite, Sophie tem que sair correndo da festa e não revela sua identidade a Benedict. No dia seguinte, enquanto ele procura sua dama misteriosa por toda a cidade, Sophie é expulsa de casa pela madrasta e precisa deixar Londres. O destino faz com que os dois só se reencontrem três anos depois, Benedict a salva das garras de um bêbado violento, mas, para decepção de Sophie, não a reconhece nos trajes de criada. No entanto, logo se apaixona por ela de novo. Como é inaceitável que um homem de sua posição se case com uma serviçal, ele lhe propõe que seja sua amante, o que para Sophie é inconcebível. Agora os dois precisarão lutar contra o que sentem um pelo outro ou reconsiderar as próprias crenças para terem a chance de viver um amor de conto de fadas. Nesta deliciosa releitura de Cinderela, Julia Quinn comprova mais uma vez seu talento como escritora romântica.



Resenha

Neste terceiro volume da série Os Bridgertons, seguimos os passos de Benedict para o amor. A história é uma releitura muito interessante da Cinderela, tendo a filha bastarda de um nobre, Sophie Beckett, como a gata borralheira e Benedict no papel do príncipe. Apesar da premissa maravilhosa, pois a Cinderela sempre foi minha princesa favorita, confesso que esperava mais do livro. Ele não é ruim, é até muito bom mesmo, mas eu esperava bem mais. Não sei se é porque gostei tanto do segundo livro e criei uma expectativa muito grande para este. Não sei se é porque me apaixonei tanto por Anthony, que fiquei esperando ainda mais de Benedict. Não sei se é porque boa parte do livro se passa longe de Londres, dos bailes, das fofocas e dos Bridgertons. Não sei.

A história é bem movimentada, acontecem várias coisas e tem aquele traço fluido e natural da Julia Quinn, então não é nada entediante. E finalmente conhecemos quem é Benedict, pois como ele mesmo lamenta, ele só é visto como um Bridgerton, como o nº2, o irmão do visconde, nunca como Benedict. E é verdade. Nos primeiros livros, ele foi o irmão que menos tinha me chamado a atenção. Já adorava Anthony antes de ler seu livro e já sou apaixonada por Colin e estou ansiosa para ler o livro dedicado a ele. Mas Benedict era o mais quieto e discreto.

Quanto à Sophie, a gente cria uma empatia com ela imediatamente. Ela foi bem criada, mas após a morte do pai, foi transformada praticamente em uma escrava da madrasta, que não perdia uma oportunidade para humilhá-la. Então, tem uma noite mágica e conhece o seu príncipe, mas logo as coisas vão por água abaixo e ela tem que sair da cidade e ganhar a vida como arrumadeira. Ela é presa entre dois mundos: nunca foi uma nobre de verdade, pois é bastarda, mas teve uma boa criação; porém também nunca foi totalmente uma empregada, pois sabia que o mundo tinha muito mais a oferecer, uma vez que tinha provado um pouco desse mundo. Só achei que ela é mais submissa, especialmente comparando com Kate do livro anterior. Ela é uma mulher forte, sobrevivente de uma vida difícil e é segura de si, mas quando a questão é Benedict... ela fica mais mole.

A adaptação da história da Cinderela ficou ótima. A Julia Quinn conseguiu transformar o conto de fadas, numa história real, bem palpável. A gata borralheira sendo uma bastarda; o príncipe sendo um cobiçado solteiro da alta sociedade; a fada madrinha sendo a governanta carinhosa da casa em que Sophie foi criada. Ficou tudo muito verossímil. E o conflito de um jovem de uma das melhores famílias de Londres apaixonado por uma mulher que ele acredita ser uma criada (e depois descobre que é uma bastarda da nobreza) é muito marcante e definidor da sociedade da época.

Só que, na minha humilde opinião, Benedict é bonito, charmoso e um Bridgerton, mas não é “Um Perfeito Cavalheiro”. É um cavalheiro até certo ponto, pois quando eles se reencontram anos depois, Benedict não reconhece Sophie como sendo a misteriosa mulher do baile, mas mesmo assim ele a salva de ser estuprada e ele a respeita. Mas também se acha no direito de tê-la para si, só porque percebe que rola uma química entre eles, Benedict não aceita o fato de Sophie querer manter sua honra. É claro que ele não a estupra, mas também não a deixa em paz. Ele não gosta de ser contrariado. Como ela, uma mulher, uma criada, poderia preferir continuar uma criada, a viver ao seu lado como sua amante? Como ela pode não querer ele?! Sei que para a sociedade na qual ele é retratado, o comportamento dele é perfeitamente normal, mas ele o faz sem muitos rodeios. Achei que ele é bem machista, especialmente em comparação aos protagonistas dos primeiros livros, e isso me incomodou um pouco.

O desfecho é realmente bem elaborado. Quando Benedict e Sophie finalmente chegam à Londres, tudo começa a melhorar e ficar animado (e menos machista). E Violet Bridgerton, como sempre maravilhosa ajudando seus filhos a alcançarem o verdadeiro amor e serem felizes como ela foi com o pai deles, superando até preconceitos para tanto. Resumindo, o livro é bom, mas é menos envolvente que os anteriores.


Os Bridgertons
  1. O Duque e Eu (The Duke and I)
  2. O Visconde Que Me Amava (The Viscount Who Loved Me)
  3. Um Perfeito Cavalheiro (An Offer From a Gentleman)
  4. Os Segredos de Colin Bridgerton (Romancing Mister Bridgerton)
  5. Para Sir Phillip, Com Amor (To Sir Phillip, With Love)
  6. O Conde Enfeitiçado (When He Was Wicked)
  7. Um Beijo Inesquecível (It's In His Kiss)
  8. A Caminho do Altar (On The Way To The Wedding)
  9. E Viveram Felizes Para Sempre (Happily Ever After)




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