quinta-feira, 25 de abril de 2013

Marcados a Fogo - Sara Craven & Susan Stephens

Não vou nem tentar justificar meu sumiço, vocês já estão cansados disso. Então, bora ao que interessa.

Marcados a Fogo - Sara Craven & Susan Stephens

Editora: Harlequin Books
Ano da Edição: 2010
Páginas: 320
Título Original: The Innocent's Surrender / Count Maxime's Virgin

Sinopse
Cativa do inimigo — Sara Craven
Natasha Kirby está à mercê de Alex Mandrakis! Ele agora tem o controle das empresas dos Kirby, e está mais que disposto a possuí-la. Presa em um luxuoso iate, Natasha deve ceder a uma impiedosa sedução para salvar o que resta de sua família...

Cicatrizes de amor — Susan Stephens
Com o coração e sua inocência em pedaços, Tara Devenish promete nunca mais se entregar ao conde Lucien Maxime. Mas o destino a coloca no caminho dele mais uma vez. Ela possui algo que ele quer. 



Resenha

Gente, eu quase não faço essa resenha. Primeiro, ao contrário da minha irmã, eu não tenho uma veia jornalística e tenho certa dificuldade em pôr as coisas no papel. Segundo, o livro é muito ruim, então não me dá nem vontade de falar sobre ele. Mas Larissa me lembrou que não podemos ficar só falando do que achamos bom, temos que falar daquilo que a gente leu e não gostou para alertar os outros leitores incautos.

Eu não comprei "Marcados a Fogo", na verdade, ele veio de brinde com outro que comprei (nem me lembro qual, acho que foi "Impiedoso" da Diana Palmer - se foi isso msm, perdi meu dinheiro geral). Como vocês sabem, a série "Jessica" da Harlequin traz duas histórias e eu pensava que sempre vinha uma marromeno boa e outra marromeno ruim, mas este foi premiado com duas totalmente ruins. Não me admira que a editora estava querendo se livrar das cópias que tinha em estoque.

As duas histórias de "Marcados a Fogo" têm algumas coisas em comum (além de serem ambas péssimas): os "mocinhos" são dois arrogantes e metidos que parecem viver no séc. XIX ou antes; as mocinhas são duas abestalhadas; ambas as histórias são muito centradas no casal, então não há nenhum coadjuvante para salvar a situação. Mas bora falar sobre cada uma individualmente:

Cativa do inimigo
A história se passa na Grécia e começa com os irmãos de criação da Natasha fazendo-a assinar uma carta dizendo que concorda em se casar com o filho do arqui-inimigo do pai deles como parte das negociações para salvar a empresa da família. Bem, eu não acredito que no século XXI os milionários gregos ainda façam casamentos arranjados, mas esse não é o problema. O problema é que as negociações fracassam e Natasha é chamada de volta à Grécia para assinar os papéis de venda da empresa, mas ela é sequestrada (sim, para mim foi isso que aconteceu) pelo Alex Mandrakis, que exige que ela faça sexo com ele.

Vocês perceberam? Pode ser que lá na Grécia não tenha o equivalente da Lei Maria da Penha, mas duvido que estupro seja permitido. Quando a mocinha diz que não vai fazer nada e vai denunciá-lo, Alex simplesmente fala que tem uma carta onde ela conta que fará coisas inomináveis com ele e que, portanto, nenhum juiz acreditará que ela foi para cama com ele forçada. Sendo que a carta é claramente uma armação feita pelos irmãos dela. Porém, as ameaças parecem fazer sentido para Natasha, pois ela acaba fazendo o que ele quer (+ou-, pois ela só fica lá deitada sem esboçar nenhuma reação enquanto ele faz o que quer).

Como uma noite só não foi suficiente, Alex diz que se ela quiser salvar a mansão onde a mãe adotiva dela vive, vai ter que se tornar sua amante por tempo indeterminado. Um monte de baboseira se passa daí até o fim do livro, quando ele declara seu "amor". E, claro, está tudo bem agora porque ele disse que se apaixonou por ela e queria casar desde o primeiro dia que a viu (de relance) numa festa. É isso mesmo, minha gente! O cara pôs os olhos na menina, sequer trocou uma palavra com ela, mas já decidiu que era o amor da sua vida e não iria casar com mais ninguém. Francamente!

Cicatrizes de amor
Aqui a primeira coisa que notamos é que a história não é contínua, mas sim, uma simples sequência de cenas. Ou a autora faltou às aulas de coesão e coerência, ou o prazo da editora esgotou e ela mandou o rascunho onde anotava as cenas que ela queria incluir, mas que não tinha desenvolvido como sair de um ponto a outro. Antes que alguém diga que a culpa é da edição brasileira, pois nossas editoras de romances de banca têm a mania de cortar tudo, tem gente lá no Goodreads (que leu o original) reclamando disso também.

O segundo problema é que eu acho que a autora queria escrever um romance histórico e a editora pediu um contemporâneo, mas a Susan Stephens não quis abrir mão da ideia de ter um romance "escandaloso" entre um conde e uma plebeia. E foi com isso que tudo desandou de vez. A história poderia ter dado certo, se tivesse sido bem escrita, pois ela tem algo diferente que é o fato de a mocinha estar acima do "peso ideal". A história se passa dois anos depois que o casal se conheceu e eu pensei que a autora ia cair no clichê de fazer a gordinha desajeitada ficar magra, bem sucedida, e virar o objeto de desejo de todo homem, mas não foi isso que ocorreu. Tara continua acima do peso e ansiosa.

Tem toda uma discussão sobre a guarda da sobrinha deles (o irmão dele era casado com a irmã dela e os dois morreram), mas isso não interessa. A questão é que ele é um conde francês e tem que arranjar uma mulher "adequada" para sua posição e pelo bem de seu povo e blá, blá, blá. Só que a França é uma república! Se houver alguém se chamando de conde por lá, é um título vazio (como o da tal "princesa" do Brasil). Mas aí a autora diz que as terras dele se estendem pelo sul da França, cruzando a fronteira da Espanha. Então eu penso: "vai ver o título dele é espanhol, embora Ferrambeaux pareça francês, e ele tem terras na França sem ter conexão alguma com o título", só que a parte da Espanha onde estão as terras é a Catalunha.

Perceberam de novo? Logo na Catalunha, onde existem movimentos a favor da independência da região!? Por que o povo catalão, que não quer muita conversa com a coroa espanhola, iria se importar com quem um conde casa ou deixa de casar? E se for na França, por que o povo francês, que trucidou sua nobreza no século XVIII, iria querer saber da procedência da noiva de um suposto conde? E outra, mulheres não podem assinar contrato de aluguel na França/Catalunha em pleno século XXI? Se a autora queria inventar essas restrições, que fosse num romance histórico ou em um reino fictício (como as autoras de livros de sheiks fazem). Mas num lugar onde todo mundo sabe que esse tipo de coisa não existe, só faz deixar o leitor irritado com o absurdo da situação.

Resumindo, nenhuma das histórias merecia sequer meia estrela, mas como eu tenho que colocar alguma coisa ou vocês pensariam que esqueci de classificar, tive que dar uma estrela. Aliás, com tanta história boa por aí, como essas duas foram ser publicadas? Com tanto romance que a Harlequin gringa lança, por que a editora brasileira escolheu logo esses dois para traduzir?

terça-feira, 16 de abril de 2013

Não Conte a Ninguém - Harlan Coben

Essa semana vamos sair um pouco dos chic-lit e resenhar um suspense que me deixou acordada até terminar o livro.

Não Conte a Ninguém - Harlan Coben

Editora: Sextante
Ano da Edição: 2009
Páginas: 319
Título Original: Tell No One

Sinopse
David Beck e sua esposa Elizabeth comemoram o aniversário de seu primeiro beijo quando uma tragédia interrompe o clima de romance: Elizabeth é brutalmente assassinada. O caso acaba sendo resolvido e o assassino, condenado. No entanto, David não consegue superar a morte de Elizabeth. Depois de oito anos, ainda se lembra de todos os detalhes. Mas é no dia do aniversário de morte de Elizabeth que a história realmente começa. Uma estranha mensagem aparece no computador de David, uma frase que somente ele e a esposa conhecem. De repente ele depara com o que parecia impossível - em algum lugar, de alguma maneira, Elizabeth está viva. Ele é advertido para que não conte a ninguém e envolve-se em um sombrio e mortal mistério, sem saber que já está sendo seguido por alguém que o tentará deter antes que descubra toda a verdade



Resenha

“Tem certeza que é bom?”, foi o que perguntei pra minha irmã quando ela me indicou este livro, porque achei a capa tão “auto-ajuda”... Ela insistiu e eu li. Ainda bem, pois é um dos melhores livros que já li! Comecei e literalmente não consegui parar até terminar. Passei a noite acordada, morrendo de sono, mas eu não conseguia desgrudar os olhos das páginas.

O Dr. David Beck, cuja esposa foi assassinada há oito anos, recebe em seu computador uma mensagem que só ele e Elizabeth saberiam o significado, junto com a frase “Não conte a ninguém”. A partir daí se desenrola a história de suspense que dá nome ao livro. Ele começa a se lembrar do aconteceu naquela noite e perguntas começam a surgir na sua cabeça. Seria possível Elizabeth estar viva? Se sim, porque não fez contato antes? O que realmente aconteceu naquele dia? E, então, Beck decide investigar por si mesmo aquela história, atrás de respostas.

É uma história de suspense muito bem elaborada e que você não consegue achar uma solução plausível para o caso, pois todos os lados da história estão cobertos, e aí você sempre tem que continuar lendo para descobrir o mistério. A cada capítulo, a cada página surgem pontos cruciais para o desenvolvimento da história que só adicionam mais e mais dúvidas sobre a solução do mistério. Mas no final, quando o Harlan Coben escreve o desfecho da história, tudo faz sentido, tudo se encaixa perfeitamente. A cada capítulo a teoria que você vai criando, achando que vai ser o final do livro muda completamente. E o melhor que é o verdadeiro final do livro, você nunca imaginou (eu, pelo menos, nunca imaginei), o que torna o livro muito mais interessante.

É um livro surpreendente, envolvente e instigante. A história é tão eletrizante que você não solta o livro enquanto não descobrir quem mandou aquele email, se a esposa de Beck está ou não viva, etc. Enfim, tudo o que aconteceu oito anos atrás naquele dia em que Elizabeth foi raptada e assassinada, e durante esses oito anos. E o porquê de tudo isso. Super recomendo o livro e o autor. Os outros livros dele não são menos interessantes do que este.



segunda-feira, 8 de abril de 2013

Movido pela Maré - Nora Roberts

Movido pela Maré - Nora Roberts

Editora: Bertrand Brasil
Ano da Edição: 2006
Páginas: 364
Título Original: Rising Tides


Sinopse
Neste segundo volume da Trilogia da Gratidão, uma história dramática que fala de três homens que voltam para casa a fim de honrar o último desejo do pai... cuidar de Seth, um menino problemático que precisa de uma família. Esse retorno ao lar ensinará a eles mais do que algum dia poderiam sonhar a respeito do significado de uma família e suas responsabilidades. Agora é tempo de aprender também o significado da aceitação e do amor. 


Dos três irmãos, Ethan sempre foi o que compartilhava a paixão do pai pelo litoral de Maryland. Agora que seu pai se foi, Ethan está determinado a transformar o negócio da família, a construção de barcos, num tremendo sucesso. Entre suas realizações, porém, surgem os maiores desafios de sua vida.Lá se encontra o jovem Seth, que necessita mais do que nunca do amor de Ethan. E há também uma mulher que ele sempre amou, mas jamais acreditou que pudesse conquistar. Por baixo das águas aparentemente calmas de Ethan, esconde-se, no entanto, um passado triste e doloroso. Ele terá que aprender a enxergar através das sombras para conseguir aceitar quem é. Porque em seu passado repousa também o seu futuro... e a sua única chance de alcançar a felicidade.


Resenha

Neste livro o protagonista é o segundo irmão Quinn, Ethan, e, apesar de normalmente não gostar muito das traduções de títulos de livros e filmes, neste caso achei perfeita. Não é a tradução literal, mas faz todo sentido. Ethan é mesmo Movido pela Maré, em todos os sentidos.

Ethan tem, como seus irmãos, um passado doloroso e obscuro, mas quando foi acolhido pelo casal Quinn sua história mudou e agora ele é um pescador que tem uma vida pacata na pequena Chesapeake Bay. Ele é um homem calmo, sensato, calado e chega até a ser misterioso. Dentre todos os irmãos Quinn, Ethan foi o que eu menos gostei, sinceramente. Lendo essa descrição ele até pode parecer perfeito, um príncipe mesmo, sem manias de garanhão conquistador. Mas ele não é. Ele é devagar mesmo! Ele gosta de Grace há uns 10 anos e todo mundo sabe disso, mas o cara nunca fez nada, cheio de “não-me-toques” com ela. Ele conseguiu ser mais devagar que o Ross Geller de Friends.

Gostei do livro, só que é o que menos gostei desta série. O romance de Ethan e Grace é bonito. Mais bonito ainda é a relação que ele tem com a filha dela, e esse é um dos motivos pelo qual ela se apaixona por ele. Mas eu achei que a maneira como eles agem às vezes nesse relacionamento é completamente contraditória com a personalidade já criada para eles. Por exemplo (sem spoilers, prometo!), Grace sempre foi centrada e normal, de repente ela meio que enlouquece e vira uma neurótica cheia de frescuras.

Outra coisa que me irrita muito no livro é que o Ethan é desses que acha que não merece o amor da mulher, por ele ter sofrido muito no seu passado. Ele acha que ela merece mais do que ele, que tem o passado tão manchado. Em certas ocasiões, em certos livros, essa característica do cara é super fofa e charmosa, mas nesse caso, achei super irritante. O cara é apaixonado por ela há mil anos, ela é apaixonada por ele há mil anos e ele acha que os dois não devem ficar juntos, sem motivo nenhum. Ela sabe o que ele passou e quer ele, mas ele vem com essa história de você não deve me querer. Fala sério!

Mas não se desiluda, o livro é bom! Para alguns é o preferido da série, mas para mim não foi. Leia você e tire suas conclusões! E só para não terminar falando mal, um dos aspectos positivos do livro é que apesar de ser focado no Ethan e na Grace, os outros personagens e as outras histórias não ficam completamente em segundo plano. Há uma continuidade do romance de Cam e Anna, e já uma introdução da vida de Phill. E lógico, há todo um desenrolar e evolução da história de Seth, o mais novo irmão Quinn.

Trilogia da Gratidão
  1. Arrebatado pelo Mar (Sea Swept)
  2. Movido pela Maré (Rising Tides)
  3. Protegido pelo Porto (Inner Harbor)
Extra: Resgatado pelo Amor (Chesapeake Blue)