segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Fortunately, the Milk... - Neil Gaiman

Fortunately, the Milk... - Neil Gaiman - ilustrado por Chris Riddell

Editora: Harper
Ano da Edição: 2015
Páginas: 156
Sinopse
Uma prosaica ida até o mercado se transforma numa incrível aventura no mais recente livro infantil do celebrado escritor britânico Neil Gaiman, que coloca um estranho objeto prateado no caminho de um pai que só queria comprar um pouco de leite para o café da manhã. Aliás, aquele disco prateado gigantesco estacionado em plena rua Marshall, com seres verdes um tanto gosmentos e bastante ranzinzas querendo reformar o (nosso) mundo, é só a primeira de muitas surpresas que esperam pelo zeloso pai de família na história, que inclui ainda viagens no tempo e no espaço num balão, um dinossauro inventor, navios piratas, vulcões e outras maluquices. Será que o café da manhã das crianças está a salvo?



Resenha

Eu comprei e li a versão em inglês, mas existe a tradução brasileira do livro, por isso coloquei a sinopse brasileira. Vou colocar a capa da edição brasileira no final da resenha. A grande diferença entre a edição que li e a brasileira está no ilustrador. A edição britânica foi ilustrada por Chris Riddell, enquanto a primeira edição americana foi ilustrada por Skottie Young. E a edição brasileira, chamada "Felizmente, o Leite",  foi baseada na americana.

Porém, a editora americana decidiu publicar um edição com as ilustrações de Chris Riddell e lançou até um box com 3 livros do Neil Gaiman ilustrados por Riddell. Foi esse box que comprei na Amazon e não me arrependi. Depois de passar os olhos pela edição brasileira numa livraria, achei que as ilustrações de Riddell são mais bonitas. O pai da história desenhado por Riddell é como se fosse o Neil Gaiman, ficou bem engraçadinho.

Falando da história em si, ela é mais infantil. É para o público que os americanos chamam de middle grade, crianças entre 8 e 12 anos, mas isso não impede que adultos, como eu, se divirtam também. É uma história bem divertida e gostosinha de ler, com um inglês fácil, ideal para quem tá começando.

A história começa com o filho constatando que não há leite na geladeira e o pai tem que ir ao supermercado mais próximo comprar o leite para os filhos comerem cereal. Só que o pai demora bastante para voltar e, quando ele chega, vai contar às crianças o que aconteceu. E aí tem alienígenas, vampiros, dinossauros, viagem no tempo... Cabe a você (e às crianças) decidir se acredita no relato do pai. É super engraçado e um ótimo livro para crianças.

Edição brasileira

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

O Visconde Que Me Amava - Julia Quinn

O Visconde Que Me Amava - Julia Quinn

Editora: Arqueiro
Ano da Edição: 2013
Páginas: 304
Título Original: The Viscount Who Loved Me

Sinopse
A temporada de bailes e festas de 1814 acaba de começar em Londres. Como de costume, as mães ambiciosas já estão ávidas por encontrar um marido adequado para suas filhas. Ao que tudo indica, o solteiro mais cobiçado do ano será Anthony Bridgerton, um visconde charmoso, elegante e muito rico que, contrariando as probabilidades, resolve dar um basta na rotina de libertino e arranjar uma noiva. Logo ele decide que Edwina Sheffield, a debutante mais linda da estação, é a candidata ideal. Mas, para levá-la ao altar, primeiro terá que convencer Kate, a irmã mais velha da jovem, de que merece se casar com ela. Não será uma tarefa fácil, porque Kate não acredita que ex-libertinos possam se transformar em bons maridos e não deixará Edwina cair nas garras dele. Enquanto faz de tudo para afastá-lo da irmã, Kate descobre que o visconde devasso é também um homem honesto e gentil. Ao mesmo tempo, Anthony começa a sonhar com ela, apesar de achá-la a criatura mais intrometida e irritante que já pisou nos salões de Londres. Aos poucos, os dois percebem que essa centelha de desejo pode ser mais do que uma simples atração. Considerada a Jane Austen contemporânea, Julia Quinn mantém, neste segundo livro da série Os Bridgertons, o senso de humor e a capacidade de despertar emoções que lhe permitem construir personagens carismáticos e histórias inesquecíveis.



Resenha

Neste segundo livro da série dos Bridgertons, seguimos a história de Anthony, por quem eu já tinha uma crush só pelos momentos em que ele aparece no primeiro livro. Então, eu já estava cheia de expectativas e elas foram cumpridas à altura!

Na carta aos leitores no final do livro, Julia Quinn diz que “lemos romances para nos apaixonar; sobretudo pelos heróis”. E é a mais pura verdade! Lemos para sonhar com um romance como aquele, com um homem como aquele. E Anthony é absolutamente apaixonante. Apesar de ter amado “O Duque e Eu”, gostei muito mais deste segundo livro, pois gostei muito mais de Anthony do que de Simon.

Como é de se imaginar, Anthony é o solteiro mais cobiçado da temporada de bailes de Londres. Ele é lindo, é charmoso e é um Bridgerton, melhor que isso, é o Bridgerton herdeiro do título da família. E ele decide que está na hora de deixar sua vida de “maior libertino de Londres” e assumir de vez suas responsabilidades como o chefe da família, casar e ter seus próprios herdeiros. Ele quer a noiva perfeita, e dentre seus requisitos, o mais importante é que ela seja alguém por quem ele não vá se apaixonar, pois ele sente que deve morrer jovem, como seu pai. E essa consciência da mortalidade só se tornaria mais difícil se ele tivesse alguém a quem amasse.

 Apesar do conflito dele ser basicamente o mesmo do de Simon, que é não querer se apaixonar, o de Anthony tem um motivo muito mais plausível, entendível e muito mais tocante. A experiência de ter perdido o pai repentinamente tão jovem o marcou e ele sentia que ele também iria morrer jovem. E viveu com essa angústia secretamente, pois tinha que ser forte e agora arcar com as responsabilidades de ser o chefe da família. Então, eu super entendia o conflito dele. Apesar de querer se mostrar sempre forte e sagaz, ele tem esse lado mais sensível e ansioso. E isso só o torna mais apaixonante! E como a narração muda de ponto vista, ora é Anthony, ora é Kate, o leitor se identifica, se aproxima e se envolve mais com a história e os personagens. Esse é um traço da Julia Quinn que eu gostei muito.

E Kate se mostra uma mulher independente, audaciosa, divertida e inteligente (ouso dizer feminista?). Ela não quer que a irmã se aproxime de Anthony, pois não gosta dele, por causa de sua fama de libertino e deixa isso claro desde o primeiro olhar de desprezo que joga pra ele. Achei maravilhosa a evolução da relação entre eles. Definitivamente não foi amor à primeira vista, está mais pra ódio à primeira vista, que após situações e conversas recheadas de ironias, pisões no pé, discussões e beijos roubados vai evoluindo até que eles se descobrem apaixonados.

O livro é mais engraçado que o primeiro, mais divertido de ler. A história é mais elaborada, mais cativante. O romance é mais real e natural. Enfim, gostei bem mais desse do que do “Duque e Eu”. E o bônus é que a cada livro vamos conhecendo mais e mais sobre os outros membros da família Bridgerton, que é toda maravilhosa. Apesar de cada livro ser mais focado em um deles, os outros são uma parte muito presente e importante da história, principalmente a matriarca Violet. Essa mulher sabe como os filhos se sentem antes deles mesmos saberem e ela tem jeito de discretamente manipulá-los (no melhor sentido da palavra) para seguirem o melhor caminho.

 E claro que a coluna Whistledown continua firme e forte, contando as melhores fofocas da alta sociedade londrina. Quem será a misteriosa Lady Whistledown, que enlouquece a todos com seu surpreendente conhecimento de tudo que acontece em Londres?


Os Bridgertons
  1. O Duque e Eu (The Duke and I)
  2. O Visconde Que Me Amava (The Viscount Who Loved Me)
  3. Um Perfeito Cavalheiro (An Offer From a Gentleman)
  4. Os Segredos de Colin Bridgerton (Romancing Mister Bridgerton)
  5. Para Sir Phillip, Com Amor (To Sir Phillip, With Love)
  6. O Conde Enfeitiçado (When He Was Wicked)
  7. Um Beijo Inesquecível (It's In His Kiss)
  8. A Caminho do Altar (On The Way To The Wedding)
  9. E Viveram Felizes Para Sempre (Happily Ever After)


segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Seleções de Livros #2

Outra resenha de um Seleções de Livros, que é um volume em capa dura com a versão condensada de 4 livros diferentes, geralmente de estilos variados. Aqui tem uma resenha que fiz de outro desses livros.

Tempo de Matar - John Grisham
O Falcão da Neve - Stuart Harrison
Páreo Duro - Dick Francis
Dona Julia Diz o Que Pensa - Ann B.Ross

Editora: Reader's Digest
Ano da Edição: 2000
Páginas: 575
Título Original: A Time to Kill / The Snow Falcon / 10 lb Penalty / Miss Julia Speaks Her Mind
Skoob


Resenha

Tempo de Matar
Muito bom! A melhor história deste livro. É um thriller jurídico mesmo; a gente já sabe quem é o responsável pelos assassinatos, é o veredicto que nós não sabemos qual será. Carl Lee mata os estupradores de sua filhinha e contrata o advogado Jake Brigance para defendê-lo. Mas o caso não é simples, Carl Lee é negro, os estupradores brancos, e tudo acontece no Mississippi, um estado no sul dos EUA onde a KKK ainda perdura. Essa versão condensada de Seleções ficou muito boa, não senti que perdi coisa alguma da história. Daria 4 estrelas para esta história.

O Falcão da Neve
Gostei desta também. É um romance sobre segundas chances. Michael já esteve preso, pois teve um surto e atirou em alguém, mas agora está de volta a sua cidade natal para tentar refazer a vida. Então, ele encontra um falcão ferido e decide cuidar dele e tentar reabilitá-lo para voltar à natureza. Vamos acompanhando o desenrolar da vida de Michael na cidade, conforme o falcão vai se recuperando também. A versão condensada ficou na medida certa, pois é um romance de desenvolvimento lento e eu talvez acabasse achando enfadonho todo aquele treinamento do falcão. Também daria 4 estrelas para esta história.

Páreo Duro
Só aguentei ler porque era a versão condensada. É muito surreal! Numa disputa eleitoral de um cidadezinha do interior da Inglaterra tem duas tentativas de assassinato a um candidato ao Parlamento. O caso ganha notoriedade nacional, mas a polícia é totalmente incompetente, não faz investigação direito e é o filho do candidato, um rapaz de 18 anos, que segura as pontas! Alguns anos depois, novas ameaças acontecem e é o filho, agora um pouco mais velho, que desvenda tudo. O relacionamento do entre pai e filho também é uma coisa meio estranha, não consegui gostar de ninguém. Esse negócio merece 1 estrela no máximo.

Dona Julia Diz o Que Pensa
Outra história bem inverossímil. Uma senhorinha de mais de 60 anos, que tem um agente policial alugando um dos quartos de sua casa, é quem soluciona uma situação que envolve até um sequestro de criança. A senhora era dessas bem dependentes cujo marido tomava conta de tudo e ela não sabia nem passar um cheque, mas, de repente, toma as rédeas de tudo e resolve o caso do filho bastardo do falecido marido! Sem pé nem cabeça essa história. E a velha ainda é preconceituosa! Meia estrela para isto já é muito.

A nota geral para o volume todo ficou 2,375, que arrendondei para baixo e ficou 2.


quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Para Todos Os Garotos Que Já Amei - Jenny Han

Para Todos Os Garotos Que Já Amei - Jenny Han

Editora: Intrínseca
Ano da Edição: 2015
Páginas: 320
Título Original: To All The Boys I've Loved Beore

Sinopse
Lara Jean guarda suas cartas de amor em uma caixa azul-petróleo que ganhou da mãe. Não são cartas que ela recebeu de alguém, mas que ela mesma escreveu. Uma para cada garoto que amou — cinco ao todo. São cartas sinceras, sem joguinhos nem fingimentos, repletas de coisas que Lara Jean não diria a ninguém, confissões de seus sentimentos mais profundos. Até que um dia essas cartas secretas são misteriosamente enviadas aos destinatários, e de uma hora para outra a vida amorosa de Lara Jean sai do papel e se transforma em algo que ela não pode mais controlar.



Resenha

“Para Todos os Garotos Que Já Amei” é um romance juvenil do melhor estilo. Ele tem todos os elementos para ser clichê, e de certa forma o é, mas ao mesmo tempo é surpreendente. A premissa de uma garota que escreve cartas quando decide que aquele menino não vai mais ser o seu crush é muito diferente e interessante. E o rumo que a história toma quando essas cartas, que viviam guardadas no seu quarto e nunca deveriam sair de lá, inexplicavelmente são enviadas para todos os garotos que Lara Jean já amou é divertidíssimo.

Escolhi esse livro na livraria pelo método “que capa linda!” (sim, me julguem), e quando li a sinopse achei que seria interessante, mas pensei também que poderia ser bobinho demais, talvez juvenil demais. Mas me enganei! O livro é excelente, a história é bem escrita e inovadora, e você não consegue deixar de se identificar com a personagem principal. Afinal, quem nunca teve um crush secreto que morria de medo de alguém descobrir? Bom, isso é exatamente o que acontece com Lara Jean e como o livro é narrado em primeira pessoa, você facilmente se coloca no lugar dela e morre de vergonha junto com ela. O desenvolvimento da história é ótimo! As situações que ocorrem após o envio das cartas são super engraçadas e a vergonha desesperada narrada pela Lara Jean nesses momentos é muito cômica de ler! E é divertido ver como a personagem principal lida com a descoberta de seus amores passados (e um atual) pelos próprios meninos e a aparição deles novamente em sua vida.

Como disse, o livro poderia ser um clichê total, afinal quantas histórias diferentes são possíveis escrever sobre uma adolescente apaixonada e que não é a popular do colégio? E eu não sou nada contra os clichês, muito pelo contrário! Adoro um clichê, afinal os clichês se tornam clichês por um motivo, né? Porque dá certo e porque os adoramos! Mas esse livro te surpreende ao longo da história.

Ahh e não posso deixar de comentar sobre a irmã mais nova de Lara Jean que é um amor! Ela é uma das razões pelas quais você se acaba de rir o livro inteiro. Muito fofa! E tem também o pai delas que é viúvo e cria as filhas sozinho há muito tempo. Mas isso não diminui o constrangimento dele na hora de ter conversas sobre garotos com a filha, o que também gera situações muito divertidas.

Enfim, fui ler sem muitas expectativas e o livro logo me cativou e não consegui parar de ler até terminar. E assim que terminei, fui imediatamente atrás do segundo, pois queria logo saber o que ia acontecer, e também não soltei até terminar. Literalmente. E estou aqui me roendo de curiosidade pelo terceiro, que só será lançado ano que vem!

Para Todos Os Garotos Que Já Amei
  1. Para Todos Os Garotos Que Já Amei (To All The Boys I've Loved Before)
  2. P.S.: Ainda Amo Você (P.S.: I Still Love You)
  3. Agora e Para Sempre, Lara Jean (Always And Forever)



segunda-feira, 14 de novembro de 2016

As Mil Noites - E. K. Johnston

As Mil Noites - E. K. Johnston

Editora: Intrínseca
Ano da Edição: 2016
Páginas: 320
Título Original: A Thousand Nights

Sinopse
Quando Lo-Melkhiin chega àquela aldeia — após ter matado trezentas noivas —, a garota sabe que o rei desejará desposar a menina mais bela: sua irmã. Desesperada para salvar a irmã da morte certa, ela faz de tudo para ser levada para o palácio em seu lugar. A corte de Lo-Melkhiin é um local perigoso e cheio de beleza: intricadas estátuas com olhos assombrados habitam os jardins e fios da mais fina seda são usados para tecer vestidos elegantes. Mas a morte está à espreita, e ela olha para tudo como se fosse a última vez. Porém, uma estranha magia parece fluir entre a garota e o rei, e noite após noite Lo-Melkhiin vai até seu quarto para ouvir suas histórias; e dia após dia, ela continua viva. Encontrando poder nas histórias que conta todas as noites, suas palavras parecem ganhar vida própria. Coisas pequenas, a princípio: um vestido de seu lar, uma visão de sua irmã. Logo, ela sonha com uma magia muito mais terrível, poderosa o suficiente para salvar um rei...



Resenha

Este foi o livro de setembro do Turista Literário (fiz um post sobre a mala de setembro) e a capa, a sinopse e os itens que acompanhavam o livro na mala me deixaram curiosa para lê-lo. Ele é uma releitura (reinterpretação, reconto... sei lá qual é o termo mais apropriado para o caso!) de "As Mil e Uma Noites" só que com uma pegada mais jovem adulto.

Não espere algo muito próximo ao original, pois a autora pegou apenas alguns elementos da história de Sherazade e usou-os para criar a própria história. Aliás, a Sherazade não é Sherazade, pois a personagem não tem nome, assim como quase todos personagens. Só o rei Lo-Melkhiin e uns outros 3 personagens têm nome. Para mim, isso não ajudou, nem atrapalhou em nada, é só o estilo que a autora preferiu usar.

Quanto à história em si, ela é mais focada no aspecto sobrenatural da trama. O rei passou a casar e matar as esposas depois que foi caçar no deserto e voltou mudado: foi "possuído" por uma criatura poderosa, que o povo chama de demônio. Esse demônio meio que extrai seu poder consumindo a vida de suas vítimas, por isso a morte das esposas. Mas ele fica fascinado pela nova esposa que tem alguma força dentro de si que não permite que ela sucumba.

Dessa maneira, a sobrevivência da nossa protagonista se dá mais por esse poder sobrenatural do que pela inteligência e astúcia com que ela conta suas histórias, como é no original. Não achei isso ruim, mas os mais "puristas" veem nisto um ponto para reclamar. Meu problema foi outro: o final muito corrido. Até as últimas 30 ou 40 páginas, eu estava gostando da forma como a autora foi conduzindo a história, que é narrada pela "Sherazade" sem nome, mas com alguns poucos capítulos sob o ponto de vista do demônio.

Eu pensava que a garota passaria as mil noites no palácio e iria descobrir seus poderes aos poucos. Gradativamente, ela iria encontrar uma forma de expulsar o demônio e trazer o rei de volta. Isso foi o que pensei, mas não o que aconteceu. No fim, as coisas acontecem de forma meio atropelada, a menina descobre a chave de seu poder de repente e resolve tudo num piscar de olhos. E não, não são mil noites, nem muito menos mil e uma, o que quebrou o encanto para mim.

Em resumo, o livro é bom e rápido de ler, mas você tem que lê-lo sabendo que será diferente do original. Dei 3 estrelas e meia (sim, o Skoob agora aceita meia estrela!).

A Thousand Nights
  1. As Mil Noites (A Thousand Nights)
  2. Spindle (será lançado em inglês só em dezembro)
Pelo que entendi, os livros da série não serão sequências exatas, mas releituras de outras histórias que se passarão no mesmo "mundo".

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

O Duque e Eu - Julia Quinn

O Duque e Eu - Julia Quinn

Editora: Arqueiro
Ano da Edição: 2013
Páginas: 288
Título Original: The Duke and I

Sinopse
Simon Basset, o irresistível duque de Hastings, acaba de retornar a Londres depois de seis anos viajando pelo mundo. Rico, bonito e solteiro, ele é um prato cheio para as mães da alta sociedade, que só pensam em arrumar um bom partido para suas filhas. Simon, porém, tem o firme propósito de nunca se casar. Assim, para se livrar das garras dessas mulheres, precisa de um plano infalível. É quando entra em cena Daphne Bridgerton, a irmã mais nova de seu melhor amigo. Apesar de espirituosa e dona de uma personalidade marcante, todos os homens que se interessam por ela são velhos demais, pouco inteligentes ou destituídos de qualquer tipo de charme. E os que têm potencial para ser bons maridos só a veem como uma boa amiga. A ideia de Simon é fingir que a corteja. Dessa forma, de uma tacada só, ele conseguirá afastar as jovens obcecadas por um marido e atrairá vários pretendentes para Daphne. Afinal, se um duque está interessado nela, a jovem deve ter mais atrativos do que aparenta. Mas, à medida que a farsa dos dois se desenrola, o sorriso malicioso e os olhos cheios de desejo de Simon tornam cada vez mais difícil para Daphne lembrar que tudo não passa de fingimento. Agora ela precisa fazer o impossível para não se apaixonar por esse conquistador inveterado que tem aversão a tudo o que ela mais quer na vida.



Resenha

Preciso começar dizendo que me recusava a ler romances de época. Apesar de a minha irmã me perturbar constantemente para ler essa série, eu resisti por muito tempo achando que não fazia sentido em ler um romance de época fake. “Ou você lê romances de época de verdade (= escritos há muito tempo), ou lê romances modernos. Esse negócio de fingir se passar naquele tempo não pode dar certo...”, pensava eu. Até que finalmente cedi às pressões, mas pensando que ia ler só pra pararem de importunar com isso. Mas eu estava errada. Muito errada! Me apaixonei pelo livro “O Duque e Eu” e o li em um dia. E já quero ler todos da série imediatamente.

O livro é o primeiro da série que conta a história da família Bridgerton e nos apresenta um pouco sobre cada um da família. Mas eles são tão apaixonantes, que esse pouco é suficiente pra você já quer ler todos os livros da série e conhecer mais de cada um. Nesse primeiro volume seguimos a história de Daphne, a primeira filha Bridgerton a debutar nos bailes da Londres do século 19. Sua mãe está louca atrás de um marido para sua filha, que apesar de querer se casar e ter uma família, não é uma mocinha indefesa como as outras, tem uma personalidade e tanto, que é mostrada já no primeiro encontro com o novo Duque Hastings, Simon Basset. Já rola um clima no primeiro encontro deles, mas quando Simon descobre que Daphne é a irmã de seu melhor amigo, entende que qualquer avanço com ela está fora de questão.

Assim que Daphne e Simon colocam o plano em que o Duque finge que está cortejando Daphne em ação, percebemos que os dois tem mais química do que gostariam de admitir e que esse plano para que ela se torne mais desejável para outros pretendentes não vai dar certo, porque é óbvio que eles foram feitos um para o outro. O enredo básico do livro é um super clichê, mas o desenvolver da história é bem original. E a escrita da Julia Quinn é bem fluida, a história se desenvolve de maneira natural, nada parece forçado. A ambientação que ela faz é perfeita e as personalidades dos personagens, assim como os acontecimentos do livro, parecem bem condizentes com o século 19. O único comentário a se fazer sobre a escrita é que a linguagem é bem moderna, não é muito fiel a como se falava na época em que o livro se passa. Mas isso não me incomodou nem um pouco, muito pelo contrário: adorei que o livro não é cheio de linguagem rebuscada.

 Os personagens são encantadores! A Daphne é uma moça inocente, mas com um humor impecável e não deixa um comentário sem uma resposta irônica de volta, o que deixa o livro bem divertido. Já o Simon Basset, o duque, é o típico playboy bonitão, charmoso e pegador adaptado para o século 19, e que tem um segredo que o faz ser tão contrário ao casamento e a ter filhos. Gostei muito do desenvolvimento da história, pois, apesar da atração física ser instantânea, o romance entre eles vai surgindo aos poucos, não é aquela coisa avassaladora logo no primeiro olhar. E acho que isso torna a história mais interessante e real.

Também gostei muito do fato de que tudo não acontece muito rápido e depois as coisas se resolvem e se casam na última página do livro, como a maioria dos romances. O livro não tem apenas um clímax, sempre tem coisas acontecendo e o problema maior só se resolve após o casamento do casal principal. A única coisa que achei meio sem sentido é o motivo da plena convicção que o Simon tem para não querer se casar, ou ter filhos. Sinceramente, achei meio ridículo, mas não é nada que estrague o encantamento pelo livro, ou pelos personagens. Até porque o modo como tudo se resolve foi ótimo e um jeito bem simples e realista de lidar com a situação.

E claro que não posso fechar essa resenha sem falar da Lady Whistledown. Ela produz um jornal com as fofocas da alta sociedade londrina no melhor estilo Gossip Girl. E no início de cada capítulo tem um pedaço das suas narrações e comentários ferinos sobre a parte da história que acabamos de ler. E como em Gossip Girl, não sabemos quem é a tal Lady que sabe tudo o que acontece em Londres.

Resumindo, o livro é muito bom! Os personagens são apaixonantes e a história é muito envolvente. E se você tem algum preconceito com o gênero, como eu tinha, supere-o agora mesmo e vá ler essa série. Não vai se arrepender!

Os Bridgertons
  1. O Duque e Eu (The Duke and I)
  2. O Visconde Que Me Amava (The Viscount Who Loved Me)
  3. Um Perfeito Cavalheiro (An Offer From a Gentleman)
  4. Os Segredos de Colin Bridgerton (Romancing Mister Bridgerton)
  5. Para Sir Phillip, Com Amor (To Sir Phillip, With Love)
  6. O Conde Enfeitiçado (When He Was Wicked)
  7. Um Beijo Inesquecível (It's In His Kiss)
  8. A Caminho do Altar (On The Way To The Wedding)
  9. E Viveram Felizes Para Sempre (Happily Ever After) - o livro
Tem também duas antologias com participação da Lady Whistledown que Gabriela já fez resenha aqui no blog: The Further Observations of Lady Whistledown e Lady Whistledown Strikes Back.


segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Uma Noite Para Se Entregar - Tessa Dare


Uma Noite Para Se Entregar - Tessa Dare

Editora: Gutenberg
Ano da Edição: 2015
Páginas: 288
Título Original: A Night to Surrender

Sinopse
Spindle Cove é o destino de certos tipos de jovens-mulheres: bem-nascidas, delicadas, tímidas, que não se adaptaram ao casamento ou que se desencantaram com ele, ou então as que se encantaram demais com o homem errado. Susanna Finch, a linda e extremamente inteligente filha única do Conselheiro Real, Sir Lewis Finch, é a anfitriã da vila. Ela lidera as jovens que lá vivem, defendendo-as com unhas e dentes, pois tem o compromisso de transformá-las em grandes mulheres descobrindo e desenvolvendo seus talentos. O lugar é bastante pacato, até o dia em que chega o tenente-coronel do Exército Britânico, Victor Bramwell. O forte homem viu sua vida despedaçar-se quando uma bala de chumbo atravessou seu joelho enquanto defendia a Inglaterra na guerra contra Napoleão. Como sabe que Sir Lewis Finch é o único que pode devolver seu comando, vai pedir sua ajuda. Porém, em vez disso, ganha um título não solicitado de lorde, um castelo que não queria, e a missão de reunir doze homens da região, equipá-los, armá-los e treiná-los para estabelecer uma milícia respeitável. Susanna não quer aquele homem invadindo sua tranquila vida, mas Bramwell não está disposto a desistir de conseguir o que deseja. Então os dois se preparam para se enfrentar e iniciar uma intensa batalha! O que ambos não imaginam é que a mesma força que os repele pode se transformar em uma atração incontrolável.



Resenha

Este é o primeiro livro da série Spindle Cove, que é de romances históricos ambientados na primeira metade do século XIX. Eu gosto desses livros românticos, especialmente os históricos, mas confesso que estou vivendo uma fase mais "chata", ou estou ficando mais crítica, e se o livro não tiver um elemento diferente, se for só mais um livro romântico, eu perco o interesse e me enfado rápido. E esse foi o caso desse livro.

Não me entenda mal, ele é bom, mas não traz nenhuma novidade, a autora não tem um estilo marcante. E isso é um problema quando existe uma infinidade de livros românticos que se passam no mesmo período e seguem o mesmo roteiro. Para quem não sabe esses livros seguem a seguinte fórmula:
  • Mocinho e mocinha se conhecem
  • Mocinho e mocinha não vão um com a cara do outro (opcional)
  • Mocinho e mocinha percebem que estão se gostando e começam a ficar juntos
  • Um conflito acontece e mocinho e mocinha se separam
  • Conflito é resolvido e mocinho e mocinha vivem felizes para sempre
Então, se os personagens não forem de um tipo diferente ou o conflito e resolução não forem +ou- originais, fica tudo muito repetitivo. Para mim, este ficou sendo mais um livro romântico passado na época da regência. Teria gostado mais se fosse um dos primeiros livros românticos de época que li, mas como já li muitos outros, não teve nada que me marcasse.

O que seria o "diferencial" é o fato de Spindle Cove ser um lugarejo dominado pelas jovens que vão para lá passar um tempo afastadas da sociedade. Só que achei isso muito sem-noção. O negócio se passa na Inglaterra, mas na cidadezinha não tem um pub onde os homens do lugar possam beber cerveja, pois as mulheres mandam em tudo e o antigo pub virou casa de chá!

Resumindo, não fiquei ansiosa para ler o resto da série. Eu até me interessei pelo casal do próximo livro, mas creio que demorarei um pouco para lê-lo. Ficaria mais entusiasmada para ler sobre o próximo casal se fosse uma autora como Julia Quinn. Daria 3 estrelas para o livro.

Spindle Cove

1.      Uma Noite Para Se Entregar (A Night to Surrender)
1.5.   Once Upon a Winter's Eve (não lançado no Brasil)
2.      Uma Semana Para Se Perder (A Week to Be Wicked)
3.      A Dama da Meia-Noite (A Lady by Midnight)
3.5.   A Bela e o Ferreiro (Beauty and the Blacksmith)
4.      Any Duchess Will Do (demais livros não lançados no Brasil)
4.5.   Lord Dashwood Missed Out
5.      Do You Want to Start a Scandal

sábado, 5 de novembro de 2016

Turista Literário (outubro / 2016)

Esta semana chegou a mala de outubro do Turista Literário! Para quem não sabe, o Turista Literário é um clube de assinatura de livros jovem adulto. Eu havia gostado bastante da mala do último mês (fiz um post sobre ela) e estava ansiosa para saber se esta seria tão boa quanto.

Primeiramente, se você assina o Turista e ainda não recebeu sua mala, não leia o restante do post pois contém spoilers!!! Dito isto, vamos ao que interessa.

Esta mala veio com um item a menos em relação à passada. Na mala de setembro vieram quatro itens, fora o livro, e nesta vieram três. Mas essa variação é normal. O ponto positivo é que não veio nada melequento, então não teve risco de estragar o livro de novo. =D

 

Na foto da esquerda está a mala com todos os itens que vieram. Na foto da direita, está o souvenir de viagem, que é um jogo americano com o mapa do Tour do Eixo. Eu achei bonito, minha única ressalva é que só uma peça de jogo americano não serve tanto assim. Se fosse um par, seria ótimo. Mas entendo que o custo não permite.


Depois, nós temos a boneca matriosca, que é um sabonete bem cheirosinho no formato da boneca, como mostra a foto da direita. Ela tá com umas palhinhas, porque dentro do saquinho tem umas palhinhas mesmo envolvendo o sabonete. Também veio uma barra energética dos campeões e a tag que explica todos os itens da mala.


Por fim, tem o guia de viagem, que tem o selo para colar no passaporte e fala um pouquinho sobre nosso destino do mês, o livro do mês e seu marcador (já disse que adoro ter o marcador do próprio livro?). O livro é "Lobo por Lobo" de Ryan Graudin. Não é um que eu tivesse realmente querendo, mas fiquei interessada quando li a sinopse. Larissa, então, adorou! Acho que ela lerá antes de mim.

Pelo que entendi, a história do livro se passa em 1956, mas num mundo onde foi Hitler quem venceu a Segunda Guerra Mundial. Para comemorar a vitória do Eixo, todo ano eles fazem o Tour do Eixo, uma corrida de motocicletas passando por países dominados pelo Eixo. E a protagonista pretende participar da competição, ganhar e matar Hitler. Pronto, é o que sei. Só não fiquei mais empolgada, porque não é um livro único. :( Porém, segundo o Goodreads, são só dois livros - com um conto extra, mas não essencial. Menos mal, estou meio cansada de séries longas.

Enfim, gostei da mala, acho que continua valendo investimento (R$79,90) e estou gostando da comunidade do Facebook também. É bom conhecer pessoas que compartilham seus interesses.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

A Louca da Casa - Rosa Montero

A Louca da Casa - Rosa Montero

Editora: Harper Collins Brasil
Ano da Edição: 2016
Páginas: 176
Título Original: La Loca de la Casa

Sinopse
Em A louca da casa , a jornalista e ficcionista Rosa Montero fala da literatura, dos escritores com suas histórias e personagens, da imaginação e da narrativa ficcional. Mas aos poucos, para a surpresa de quem lê, a autora se oferece em espetáculo no ato de imaginar e criar uma narrativa literária com a sua própria biografia, e do mesmo modo vai revelando os segredos da corporação dos escritores. Surgem então os fingimentos de Goethe, a doença de fracasso de Walzer e a síndrome do sucesso de Capote, o drama do reconhecimento póstumo com Melville, o egoísmo de Tolstoi, a vaidade de Calvino, de modo que as entranhas da criação literária vão se tornando íntimas. Enfim, ficção, ou uma fabulação sobre os inventores de fábulas, a obra vai revelando como a vida de qualquer um de nós não funciona de modo diferente das narrativas ficcionais.


Resenha

Este foi o livro da TAG - Experiências Literárias de outubro/16 (tenho um post sobre a caixa da TAG). Como ele era fininho e me deixou curiosa, resolvi passá-lo à frente da minha lista de livros a serem lidos. Não é um livro que eu compraria normalmente, mas como veio na caixa da TAG, tive que lê-lo. Ele é uma mistura de relatos de momentos da vida da autora, com sua opinião e impressões sobre o que é escrever para ela e mais curiosidades da vida de autores famosos. Como é tudo junto, acaba não sendo nem uma coisa, nem outra exatamente.

Não é uma biografia, é um livro mais com opiniões, mas estas também não seguem um argumento, então os capítulos ficam desconectados. Não tem nada que prenda o leitor e o faça querer ler mais, querer ler o próximo capítulo. E essa foi minha dificuldade, eu pensava que, por ser fininho, iria terminá-lo logo, mas custei uns 5 dias, o que não é muito comum para mim. Como os capítulos não seguem uma sequência, o livro ficou parecendo um pouco com um conjunto de posts de um blog pessoal de uma escritora. Essa foi a maneira que encontrei de descrevê-lo. Embora todos os capítulos sejam de um tema maior, que é falar sobre a escrita, a imaginação, manias e vaidades dos escritores, eles não são intimamente ligados.

O que mais gostei foram os fatos e curiosidades sobre os mais diversos escritores de quem ela fala. Nisso, ela foi bem sucedida, pois me deixou curiosa para ler e conhecer vários dos autores citados. Porém, curiosamente, ela não me deixou assim com tanta vontade de ler um livro dela mesma. Não é o livro não seja bom, mas também não é algo excelente e instigante. Ela usa de recursos interessantes, quando reconta fatos que ela diz terem acontecido na sua vida, mas sempre com finais diferentes. Deixa-nos com a pulga atrás da orelha, sem saber o que de fato aconteceu, se é que alguma coisa foi verdade. Só que isso não foi o suficiente para eu achar o livro tão maravilhoso quanto outras pessoas acharam.

Talvez, para aqueles que são escritores, aqueles que são entendedores de literatura ou aqueles que já conhecem ao menos parte da obra de Rosa Montero, este livro seja mais proveitoso. Eu fico achando que se conhecesse algo da autora, as opiniões dela se tornariam mais interessantes para mim. Então, talvez este não seja o livro mais indicado para ser o primeiro que alguém lê da Rosa Montero.

Portanto, acho que a TAG pecou na escolha do livro. Se a autora é pouco conhecida no Brasil e a maioria das pessoas, como eu, não leu nada escrito por ela, um livro que contém cenas de sua vida e suas impressões não seria a melhor forma de apresentá-la aos leitores. É provável que outro livro da autora fosse uma escolha melhor. De qualquer forma, foi uma experiência com um saldo positivo, não me fez desgostar da Rosa Montero. Quanto à revista TAG que acompanha o livro, eu gostei e achei que é, realmente, um bom complemento à leitura.