sexta-feira, 21 de abril de 2017

Quando Você Voltar - Kristin Hannah

Quando Você Voltar - Kristin Hannah

Editora: Arqueiro
Ano da Edição: 2013
Páginas: 352
Título Original: Home Front

Sinopse
Como tantos casais, Michael e Jolene não resistiram às pressões do dia a dia e agora estão vendo seu relacionamento de doze anos desmoronar. Alheio à vida familiar, Michael está sempre mergulhado no trabalho, não dá atenção às duas filhas e não faz a mínima questão de apoiar a carreira militar da esposa. Então Jolene é convocada para a guerra. Ela sabe que tem um dever a cumprir e, mesmo angustiada por se afastar de casa, deixa para o marido a missão de cuidar das meninas e segue para o Iraque. Essa experiência mudará para sempre a vida de toda a família, de uma forma que ninguém poderia prever. No front, Jolene depara com a dura realidade e precisa, mais do que nunca, recorrer à sua força e inteligência para se tornar uma heroína em meio ao caos. Em suas mensagens para casa, ela retrata um mundo cor-de-rosa, minimizando os horrores que vivencia com o objetivo de proteger todos do sofrimento. Mas toda guerra tem um preço, e ela acaba se vendo protagonista de uma tragédia. Agora Michael precisa encarar seus medos mais profundos e travar uma batalha em nome da família.



Resenha

Tenho que começar dizendo que o leitor tem que se preparar pra ler esse livro, porque ele não é nada como os romances mamão-com-açúcar, que contam a história de um casal que se conhece, se apaixona, tem problemas simples (às vezes, fúteis), se resolvem e vivem felizes para sempre. Este é um livro que conta uma história bem real de um casal com problemas conjugais, cuja esposa vai para a guerra e o marido fica em casa e tem que aprender a cuidar das filhas pequenas sozinho. Há muitas dificuldades e sofrimento!

Apesar de ter gostado do livro, não posso dizer que foi dos meus preferidos. Mas isso é mais por convicções e princípios pessoais, do que pelo enredo em si. Como a autora é estadunidense e a personagem principal é militar e inclusive vai para a guerra no Iraque, há muito daquele discurso patriótico cego do tipo “os soldados vão para lá lutar, para manter a paz e a segurança dos EUA, o melhor país do mundo” e “vamos lá libertar o povo”, etc. Isso me irritou um bocado, pois tenho uma visão muito crítica e política sobre esse patriotismo arrogante e exacerbado dos estadunidenses, sobre a guerra do Iraque e as políticas internacionais em geral que os EUA implantam, etc. Então, esse ponto me incomodou no livro e me identifiquei mais com o Michael, o marido de Jolene, do que com a própria Jolene, pois ele compartilha desses meus sentimentos e inclusive isso é um dos problemas enfrentados pelo casal.

Superado esse ponto, o livro é realmente muito bom, pois traz uma história bem verdadeira. Os problemas conjugais enfrentados, os efeitos que a guerra inflige nos soldados que foram lutar e nas famílias que ficam para trás e as consequências quando os veteranos retornam são retratados de forma bem autêntica e crua.

Questões como o Transtorno de Estresse Pós-Traumático, o apoio (ou melhor, a precariedade do apoio) que o governo presta aos veteranos são abordadas no livro e isso é muito importante. Pois - agora deixando de lado as políticas da guerra - os soldados colocam sua vida em pause, deixam sua família para trás e vão lutar, ver e cometer atrocidades e quando voltam não tem o apoio psicológico e até mesmo financeiro necessário para que se curem e retornem à sua vida. E ninguém, a não ser as famílias que passam por isso, pode entender verdadeiramente o quão difícil as coisas podem ficar. O livro serve para nos mostrar um pouco sobre esse mundo.

Jolene é uma mulher de 41 anos que entrou para o exército assim que se formou na escola, pois teve uma infância difícil e não tinha mais ninguém depois da morte de seus pais. O exército, então foi um recomeço e onde ela se sentiu segura e parte de alguma coisa pela primeira vez. Michael é um advogado que acaba de perder o pai e não sabe lidar com o luto e a tristeza, ao lado de sua mulher, que tem a filosofia de que cada um pode simplesmente escolher a felicidade em detrimento dos problemas. 

Jolene e o marido estão em meio a uma grande crise no casamento de 12 anos, sentem-se como estranhos e estão pensando em se separar. Então, ela é convocada para ir à guerra e eles têm que se manter unidos e fingir que tudo está bem e prometer que tudo vai ficar bem para suas filhas de 4 e 12 anos. A distância e as novas responsabilidades impõem mais dificuldades para o casal, mas também uma nova perspectiva de vida.

É um livro com um enredo simples, real, sincero e envolvente. Uma história de amor, superação e lealdade.



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