terça-feira, 3 de julho de 2018

Ragtime - E.L. Doctorow

Ragtime - E.L. Doctorow

Editora: Record para TAG
Ano da Edição: 2017
Páginas: 336
Título Original: Ragtime

Sinopse
No início do século XX, o ragtime era o mais popular “idioma” musical dos Estados Unidos. O termo originou-se da expressão ragged time, referindo-se ao ritmo sincopado e de contratempo do rag. É com esta estrutura melódica e original que Doctorow descreve a vida de uma família fictícia, cujos membros são designados como Papai, Mamãe, Meninazinha, Irmão Mais Novo de Mamãe e Vovô. O autor movimenta personagens históricos, intercalando o cotidiano da família com figuras e acontecimentos marcantes: o mágico Houdini, a rotina do arquimilionário J. P. Morgan, o genial inventor Henry Ford, as lutas da anarquista Emma Goldman, o poder da imprensa, o nascimento do cinema, as greves trabalhistas. Em meio a tudo isso, a figura silenciosa do Irmão Mais Novo de Mamãe é o elemento criador da conexão entre capítulos, retratando o dinamismo, a riqueza e a miséria de um país ainda em formação.



Resenha

Este foi o livro da TAG do mês de agosto/2017. Pois é, minhas leituras da TAG estão todas embaralhadas, mas tenho fé que coloco em dia qualquer dia desses hahahahhaha. Como sempre, vamos falar primeiro do projeto gráfico do kit que ficou maravilhoso. O mimo é bonitinho, uma miniatura de piano numa caixinha que representa a sala, a capa do livro tem tudo a ver com a história e o marcador é lindo!

Eu não estava esperando muito da história, mas me surpreendi, os personagens são interessantes e o autor escreve muito bem. Doctorow soube mesclar personagens reais e fictícios de uma forma bastante verossímil e neste ponto a revista da TAG foi uma boa ajuda, pois tem uma mini-bio de algumas pessoas reais que aparecem no livro, como Houdini, Henry Ford e Emma Goldman.

O livro se passa nos EUA no início do século XX e é composto de vários episódios, aparentemente desconexos, mas que depois vão se juntando, entrelaçando a vida dos diversos personagens. Eu, particularmente, gosto quando os autores usam esse recurso e a "junção" é bem feita, e foi este o caso. Também fico admirada por conseguirem escrever uma história inteira sem dizer o nome dos personagens principais. Nos dois núcleos familiares principais, as pessoas não têm nome, são só Menino, Mamãe, Papai, Menina, Tateh* e por aí vai.

A família do Menino é uma "típica" família de classe média daqueles tempos nos EUA, cujo pai tem uma fábrica de fogos de artifício. Eles levam uma vida confortável e banal até o dia em que Mamãe encontra um bebê recém-nascido negro que foi abandonado em seu jardim. A determinação de Mamãe em cuidar do bebê e de sua mãe (que é descoberta pela polícia depois de ter abandonado o bebê) vai afetar vida de todos da casa. É interessante que a criada negra, que é mãe do bebê, e seu companheiro têm nome - Sarah e Coalhouse -, mas os membros da família branca e abastada, não, em uma inversão de quem é visível e invisível na sociedade.

Já a família da Menina é de pobres imigrantes judeus que viviam em um muquifo na zona pobre de Nova York. A vida deles muda quando Mameh trai Papeh e muda mais ainda quando Evelyn Nesbit (que foi uma pessoa real) conhece a Menina e se encanta com ela.

Não vou dizer mais muita coisa para não dar spoiler, só que gostei e acho que a leitura vale a pena. Aliás, este mais um livro listado no "1001 livros para ler antes de morrer" que TAG envia, contribuindo para eu aumentar minha parca listinha de livros lidos desta listona. =D

* papai em iídiche


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