segunda-feira, 7 de maio de 2018

Só Garotos - Patti Smith

Só Garotos - Patti Smith

Editora: Companhia das Letras para TAG
Ano da Edição: 2018
Páginas: 312
Título Original: Just Kids

Sinopse
Antes de se tornar famosa, a cantora e poeta Patti Smith dividiu a cama, a comida e o sonho de ser artista com o fotógrafo Robert Mapplethorpe, a quem prometeu escrever esse livro, pouco antes que ele morresse. Nesta autobiografia afetiva, cativante e nada convencional, Patti reúne fotos, bilhetes e histórias extraordinárias para narrar os anos de aprendizado do casal que atravessou altos e baixos na efervescente Nova York dos anos 1960 e 1970 e se tornou ícone de muitas gerações.



Resenha

Este foi o livro de março de 2018 da TAG Curadoria e devo dizer logo que não curti muito. Começando pelo visual do kit que não me agradou. Eu sei que a autora cita no livro essas cores usadas no kit, mas foi o projeto gráfico em si, não as cores, que me desagradou. Não entendi o propósito desses riscos, nem a tipografia. Só a capa do livro-mimo "Devoção" é que achei que casou direitinho com a história.

Mas o importante mesmo é o conteúdo, né? Então vamos falar sobre ele! Eu comecei gostando, tanto que li as 100 primeiras páginas numa "sentada", mas depois que eles chegam no Hotel Chelsea, que para muita gente é a melhor parte, para mim o negócio estagnou. Eu percebi que gostei das partes mais focadas na vida deles, nas dificuldades em arrumar dinheiro para se manterem, em achar um lugar para ficar, essas coisas. Enquanto que as partes sobre o desenvolvimento artístico deles, não me interessou muito.

Eu penso que o livro tem um apelo maior para quem já é fã de Patti Smith ou de Robert Mapplethorpe. Em geral, as pessoas só conhecem os artistas a partir da fase em que começaram a fazer sucesso, então esta seria uma boa forma de saber como foi a vida dos dois antes de terem seu trabalho reconhecido. Também permite conhecer como foi que uma acabou virando cantora e o outro fotógrafo, pois estas não foram as formas em que cada um começou a trabalhar seu lado artístico.

Dessa maneira, acredito que o fato de eu não ser fã da Patti Smith e de não gostar do tipo de trabalho do Robert, influenciou minha opinião sobre o livro. Afinal, boa parte dele, a partir da chegada no Hotel Chelsea, foi sobre Robert se redescobrindo e experimentando vários tipos de produção artística até se encontrar na fotografia. Também foi sobre a descoberta da Patti enquanto cantora. O forte dela eram os poemas, mas ela também desenhava e ajudava Robert no que podia, até encontrar uma forma de se expressar através da música. Esse tipo de coisa é legal para quem é mais ligado em arte ou música daquele período em particular (final dos anos 60 e começos dos 70), ou para quem é fã do trabalho de um deles dois.

Além de não ser fã de nenhum dos dois, eu confesso que também não conheço a maioria dos artistas da época. Não sou uma pessoa muito ligada à arte, só me interesso mais por literatura, mas ainda assim sou uma leiga no assunto. Então, fiquei totalmente por fora quando a autora se danou a citar os nomes de quem circulava pelo Chelsea também. Eu ficava sem saber se aquela era uma pessoa conhecida ou se foi um dos inúmeros artistas que nunca emplacou. Foi como um desfile de nomes e referências artísticas que não significavam nada para mim.

Como se isso não bastasse, ainda fala-se sobre drogas, prostituição, suicídio e todas essas coisas que fazem parte da vida desses artistas, mas pelas quais eu também não tenho o menor interesse. Embora Patti Smith não tomasse parte na maioria das situações que envolviam isto, Robert praticava de tudo um pouco e ainda a expôs Patti ao risco de contrair várias doenças.

Eu entendo que era para ser um livro sobre essa relação complexa entre Patti e Robert e do amor dos dois pela arte, mas eu só consegui me conectar com eles no começo e depois eu já não estava nem aí. A pessoa percebe que eles realmente se amavam, primeiro romanticamente e depois como amigos, mas era um relacionamento meio desfuncional. Francamente, eu não toleraria metade das coisas que Robert fez com Patti.

Bem, para não deixar a resenha maior do que já está, vou parar por aqui. Só vou dizer que não achei uma boa indicação de livro para TAG, pois na minha humilde opinião, é o tipo de livro que agrada pessoas com um gosto mais específico. Também é um livro amplamente disponível no mercado por um preço muito mais em conta, então fiquei bem desapontada com TAG no mês de março.


p.s.: Eu não gostei muito da tradução do título. Para falar a verdade, antes de saber o título original, eu pensava que era por conta de as bandas da época serem lideradas mais por homens e Patti Smith estar nesse mundo de "só garotos".

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