segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Três Verões - Julia Glass

Três Verões - Julia Glass

Editora: Bertrand Brasil
Ano da Edição: 2004
Páginas: 462
Título Original: Tree Junes

Sinopse
É um romance de temas entrelaçados, brilhantemente estruturado, que se desenrola nos dois lados do Atlântico durante três verões decisivos na vida de uma família escocesa. Elegantemente detalhado e repleto de suspense emocional, frequentemente tão cômico quanto triste, o livro é um tríptico maravilhoso sobre como aprendemos a viver, e viver plenamente, deixando para trás dores incuráveis e traições do coração - e sobre como os laços familiares, tanto aqueles com quais nascemos quanto os que formamos, podem nos trazer redenção e alegria.



Resenha

Este livro estava parado na minha estante há um tempo. Comprei-o na mesma época de "A Ilha dos Cisnes" para ser algo diferente das minhas leituras habituais. Mas acabei sempre deixando para depois, até decidir lê-lo no final do ano passado.

O livro é dividido em três partes, cada uma com o foco em um personagem. A primeira parte foi a mais interessante e com o personagem pelo qual me interessei mais. Nós acompanhamos Paul McLeod, um senhor escocês de sessenta e muitos anos numa excursão pela Grécia no verão de 1989, uns seis meses depois da morte de sua esposa. A história vai se alternando entre a narração do tempo atual (a excursão) e as lembranças de Paul sobre a esposa, o casamento e os filhos.

Uma vez que você entra no ritmo dessa alternância entre o que está acontecendo e as lembranças, a leitura flui. Eu gostei muito do Paul, fiquei bem intrigada pela sua história e, por isso, achei que o final da parte dele foi meio abrupto. Para mim, a parte dele poderia ter se estendido mais umas páginas, foi a menor parte, somente até a página 81 - em um livro de 462, isso foi pouco.

Já a segunda parte foi onde empaquei. Ela é focada em Fenno, o filho mais velho e homossexual de Paul. Ela se passa em 1995, logo após a morte de Paul, quando Fenno volta à Escócia para o funeral do pai (Fenno mora em Nova York). A autora mantém o recurso de alternar entre o presente e as lembranças do protogonista. O problema é que Fenno é um chato, além de egoísta, e essa é a maior parte do livro! Vai até a página 345, então é muito enfadonho você ficar presa na visão de um chato por tantas páginas. Preferia que a narrativa tivesse alternado entre os pontos de vista de todos os irmãos.

Alguns momentos narrados nas lembranças de Fenno, eu preferia ter lido sob o ponto de vista de Paul. Enquanto a parte de Paul podia ter uma vinte ou trinta páginas a mais, a de Fenno deveria ter umas sessenta ou setenta a menos, no mínimo. A verdade é que quase todas as pessoas na vida de Fenno são mais interessantes do que ele. Sério, a vida do cara é meio monótona e a autora fica repetindo o dia a dia dele, mesmo quando não acontece nada de diferente.

Já a terceira parte, é focada Fern, uma mulher de trinta e tantos anos que está grávida. Fern não é diretamente relacionada com a família de Fenno, ela é amiga de um ex-amante dele e também foi a jovem americana que Paul conheceu dez anos antes (essa parte se passa em 1999) na Grécia. Ela não é muito interessante, mas não é uma chata como Fenno, eu só não consegui me conectar muito com ela. Para mim, essa terceira parte era dispensável.

No fim, fiquei na dúvida sobre que nota dar ao livro. Por um lado achei-o longo demais para a história que tinha para contar e não gostei do personagem principal. Por outro lado, achei a construção dos personagens boa, nota-se que a autora pensou bem em como cada pessoa inserida na trama se relacionaria com os demais. Optei por ficar bem na metade com 2,5 estrelas.


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