O Coração é um Caçador Solitário - Carson McCullers

O Coração é um Caçador Solitário - Carson McCullers

Editora: Companhia das Letras para TAG
Ano da Edição: 2018
Páginas: 392
Título Original: The heart is a lonely hunter

Sinopse
Numa cidadezinha do sul dos Estados Unidos, no final dos anos 1930, os efeitos da Grande Depressão ainda se fazem sentir. Personagens como Biff Brannon, dono do restaurante que nunca fecha na cidade; a garota Mick, forçada a passar abruptamente da infância à idade adulta; o agitador marxista Jake Blount; o médico negro Benedict Copeland, que atende de graça os pacientes pobres e luta pela emancipação racial, enfrentam, além da carência material, o flagelo da solidão e da incomunicabilidade. O centro desta narrativa, em que cada capítulo assume o ponto de vista de um personagem, é o mudo John Singer, um homem triste e solitário, que por sua serenidade enigmática é visto como um santo pela comunidade.


Resenha

Este foi o livro de dezembro/18 da TAG Curadoria. Visualmente, este foi um dos livros mais bonitos da TAG em 2018, pena que o conteúdo não me cativou como o visual. Sinceramente, para mim foi um dos livros mais chatos que a TAG enviou. Mas ainda bem que cada pessoa tem suas preferências, então teve gente que adorou e você poderia ser uma delas.

O livro foi tão "não marcante" para mim que eu nem sei como expressar o que não me agradou nele. Pelos textos da revista TAG, parecia que a história seria bem interessante, pois eu gosto de ler histórias que alternam entre diferentes pontos de vista e com diferentes personagens que vão se cruzando aos poucos, mas o problema foi que eu não consegui gostar ou me apegar a nenhum deles.

O enredo é daqueles que não é focado em ações, mas na construção dos personagens, só que sem personagens cativantes, fica meio difícil de engolir. Sim, eu sei que a intenção é justamente dar voz aos marginalizados pela sociedade, mas eu tenho certeza de que existem pobres, operários, negros e deficientes (não necessariamente tudo isso ao mesmo tempo) mais interessantes do que estes. O livro nem é tão grande assim, mas o marasmo era tão grande que ele parecia infinito.

Um dos personagens mais irritantes foi Jake, o beberrão agressivo, que achava que era uma das únicas pessoas inteligentes na face da Terra, pois ele "via" as coisas como eram. Mas na oportunidade que teve de falar com alguém que entendia de opressão, ele só queria saber da visão marxista do mundo, dividindo tudo em classes, sem enxergar as dificuldades dos negros em uma sociedade segregacionista. 

Já Benedict, que a princípio pareceu legal com toda sua preocupação com a situação dos negros, não era flor que se cheirasse quando descobrimos que tipo de marido e pai ele foi. Já de Biff eu tive nojo desde o começo, com toda essa "preocupação" que ele tem por Mick. Até a garota Mick, que eu pensei que seria alguém que eu me apegaria mais, não me cativou muito. Eu estava mais interessada em saber sobre o pai dela ou sobre Portia do que sobre a própria Mick.

Enfim, este não foi um livro para mim. Embora eu não tenha ficado com raiva ou sentido que foi uma total perda de tempo, não me senti tocada por ele. Não posso dizer que recomendo, mas aconselho que veja outras opiniões de pessoas que têm o gosto parecido com seu para saber se vale a pena investir seu tempo ou dinheiro.