Dias de Despedida - Jeff Zentner

Dias de Despedida - Jeff Zentner

Editora: Seguinte
Ano da Edição: 2017
Páginas: 392
Título Original: Goodbye Days

Sinopse
"Cadê vocês? Me respondam."
Essa foi a última mensagem que Carver mandou para seus melhores amigos, Mars, Eli e Blake. Logo em seguida os três sofreram um acidente de carro fatal. Agora, o garoto não consegue parar de se culpar pelo que aconteceu e, para piorar, um juiz poderoso está empenhado em abrir uma investigação criminal contra ele. Mas Carver tem alguns aliados: a namorada de Eli, sua única amiga na escola; o dr. Mendez, seu terapeuta; e a avó de Blake, que pede a sua ajuda para organizar um “dia de despedida” para compartilharem lembranças do neto. Quando as outras famílias decidem que também querem um dia de despedida, Carver não tem certeza de suas intenções. Será que eles serão capazes de ficar em paz com suas perdas? Ou esses dias de despedida só vão deixar Carver mais perto de um colapso — ou, pior, da prisão?


Resenha

Este foi o livro de dezembro/2017 do Turista Literário e minha última malinha. No geral, os itens do Turista Literário valem a pena, é tudo bonito, cria uma experiência imersiva, mas os livros YA já não me empolgam mais. A verdade é que eu estou velha =P. Mas acho o TL ótimo para adolescentes e jovens adultos, que é o público alvo mesmo.

A história acompanha Carver, um adolescente que vai para o último ano do ensino médio e que acabou de perder os três melhores amigos - Blake, Mars e Eli - em um acidente de carro. A questão é que Carver está se culpando, pois ele havia mandado uma mensagem de texto para o amigo que estava dirigindo e no celular deste amigo estava o início da resposta para Carver. Portanto, o acidente provavelmente foi causado pela falta de atenção do motorista que estaria escrevendo a mensagem no celular enquanto dirigia.

Como se não bastasse o próprio Carver se sentindo culpado, o pai de um dos falecidos pediu que o caso fosse investigado para ver se podia responsabilizar Carver criminalmente. Então o rapaz ainda corre o risco de ser considerado um assassino. E é justamente este o meu maior problema com o livro! Simplesmente não faz sentido responsabilizar a pessoa que mandou um SMS! Quem tem que saber o que faz é o motorista. Cabe ao motorista ser responsável e não mexer no celular enquanto está dirigindo.

O "diferencial" da história são os tais dias de despedida, que eu também achei uma ideia muito tosca. Começou com a avó de Blake querendo passar um dia com Carver para que recriassem juntos o "dia ideal" de Blake, fazendo tudo que ele mais gostava. A ideia também era que cada um compartilhasse a parte que conhecia de Blake. Fez um pouco de sentido com a avó, pois ela não culpava Carver e era querida por todos os amigos.

Contudo, ela espalhou para as outras famílias de luto que foi maravilhoso esse dia de despedida e que todo mundo deveria fazer. Então, mesmo as famílias que culpavam Carver quiseram fazer o dia de despedida, o que não faz muito sentido. Para mim, foi só uma desculpa que o autor encontrou para colocar situações de confronto entre Carver e membros dessas famílias e depois fazer uma reconciliação "emocionante". Só que eu, particularmente, achei tudo muito forçado e meio piegas também. Sei lá, a maioria do povo se emocionou bastante, mas eu fiquei foi entediada. O lado bom é que é um livro fácil e rápido de se ler.

"Fico pensando se as ações que tomamos e as palavras que dizemos são como pedrinhas jogadas num lago, causando reverberações que se espalham muito além do centro até finalmente se quebrarem na margem ou desaparecerem." p. 37