Editora: Quadrinhos na Cia.
Ano da Edição: 2015
Páginas: 232
Sinopse
Ao mesmo tempo que preserva a força narrativa de Hatoum, esta adaptação evidencia o talento de Bá e Moon na construção de histórias que alternam entre a tragédia, a delicadeza, a brutalidade e o humor. No traço deles, a vida dos gêmeos Yaqub e Omar ganha novos contornos épicos. A Manaus dos quadrinhos, feita de um jogo de luz e sombras, acolhe este drama que cruza gerações e, seja nos grandes planos ou nos mínimos detalhes, carrega o enredo original de energia e vitalidade. Quem conhece a obra de Hatoum vai não apenas reencontrar, mas redescobrir com outros olhos personagens marcantes como Domingas, Halim, Zana e Dália. E os novos leitores terão contato com um riquíssimo universo ficcional, um drama que, ao esmiuçar a intimidade e a rivalidade de Yaqub e Halim, lança luz nas frestas das relações familiares, do amor e da história recente do Brasil.
Resenha
Que quadrinho espetacular! Comprei-o em uma promoção mesmo sem ter o livro original. Eu preferiria ter lido o livro antes, para poder comparar com a adaptação, mas o quadrinho já estava pegando poeira na minha estante e nada de comprar o livro. Então, resolvi lê-lo e amei.
Como não li o original não posso dizer quão fiel ficou a adaptação, mas pela forma como fiquei envolvida na história e como deu para perceber a evolução dos personagens, acredito que os irmãos Fábio e Gabriel fizeram um excelente trabalho. Sinceramente, não senti que a história ficou cortada, deu para compreender bem o desenrolar da história dessa família marcada pela rivalidade dos dois irmãos. Foi tão bom, que me deixou com mais vontade de ler o livro.
A rivalidade entre Yaqub e Omar começa desde a infância, quando a mãe já demonstrava uma certa preferência por um deles, e piora na adolescência quando os dois são separados. A cada página, eu ficava mais envolvida nas intrigas dos irmãos, que só cresciam e pioravam com o passar do tempo, levando, invariavelmente, à decadência da família e à tragédia. Mas não vou dar mais detalhes para não estragar a leitura de ninguém.
Quanto à arte, o traço não é bonitinho, mas é vigoroso e passa bem a atmosfera, o ambiente de Manaus (pelo menos foi o que senti, já que nunca fui lá). Fiquei encantada em como os autores conseguiram retratar as semelhanças e diferenças entre os irmãos. Recomendo demais esse quadrinho e já quero ler outros feitos por esses irmãos.
"Omissões, lacunas, esquecimentos, o desejo de esquecer. Mas eu me lembro, sempre tive sede de lembranças...
... de um passado desconhecido, jogado sei lá em que praia de rio." p. 82
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